300 anos da Mãe Aparecida
Trezentos anos depois do encontro da pequena imagem de Nossa Senhora nas águas do Rio Paraíba do Sul, no interior de São Paulo, a igreja no Brasil colhe os benefícios que a Santa Mãe de Deus derramou na nação brasileira. Foi achada, em 1717, por três simples pescadores: Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso. Ela foi fruto de um trabalho exaustivo, pois a pesca já estava há muito tempo sem bons resultados. Porém, no meio daquelas águas escuras surge um sinal de amor maternal, o corpo enegrecido e logo após a cabeça de uma imagem de cerâmica de Nossa Senhora da Conceição em meio às redes. De forma inexplicável nas tentativas de pesca posteriores houve fartura de peixes.
A primeira casa que a acolheu foi a de Silvana da Rocha Alves, que colou os pedaços da santa com cera e a colocou em um modesto altar em seu lar. Nascia ali uma devoção, reunindo todos os sábados os moradores da região para rezarem o terço e cantarem a ladainha. Com o passar do tempo o número de fiéis crescia e ao longo da história foi preciso construir templos maiores para receber o enorme fluxo de pessoas.
No ano de 1850, o escravo Zacarias, que passava em frente à igreja onde estava a imagem, preso por pesadas correntes, pediu permissão ao mentor para rezar à Senhora Aparecida e assim o fez, no fim de suas fervorosas preces, milagrosamente, as correntes se soltaram de seus pulsos, libertando-o. Já em 1874 Gertrudes Vaz e sua filha, cega de nascença, levaram três meses de viagem de Jaboticabal (SP) a Aparecida (SP). Ao chegarem, ainda na estrada, a menina fixou o horizonte e disse: “Olhe, mamãe, a capela da Santa!”. Dona Gertrudes percebeu que tanto sacrifício tinha valido a pena e sua pequena havia restabelecido a visão. Hoje, são incontáveis milagres que tocam o coração de todos que à Santíssima Virgem de Aparecida recorrem.
Esta é a padroeira do Brasil, uma mulher humilde para os humildes. Que escolhe os menores, oprimidos e menos favorecidos para estarem ao seu lado. Que se preocupa com as injustiças de cada tempo. Que retira do silêncio social os que sofrem perseguições e são marginalizados. Que protege as crianças e os trabalhadores. Os católicos brasileiros no dia 12 de Outubro de 2017, nas comemorações dos 300 anos, ouvirão mais uma vez as palavras de Jesus na cruz: “Eis a tua mãe!” (Jo 19,27).
Por: Henrique Cavalheiro
Oração Jubilar: 300 Anos de Bênçãos
Senhora Aparecida, Mãe Padroeira, em vossa singela imagem, há 300 anos
aparecestes nas redes dos três benditos pescadores no Rio Paraíba do Sul. Como sinal vindo do céu, em vossa cor, vós nos dizeis que para o Pai não existem escravos, apenas filhos muito amados. Diante de vós, embaixadora de Deus, rompem-se as correntes da escravidão! Assim, daquelas redes, passastes para o coração e a vida de milhões de outros filhos e filhas vossos. Para todos tendes sido bênção: peixes em abundância, famílias recuperadas, saúde alcançada, corações reconciliados, vida cristã reassumida. Nós vos agradecemos tanto carinho, tanto cuidado! Hoje, em vosso Santuário e em vossa visita peregrina, nós vos acolhemos como mãe, e de vossas mãos recebemos o fruto de vossa missão entre nós: o vosso Filho Jesus, nosso Salvador. / Recordai-nos o poder, a força das mãos postas em prece! Ensinai-nos a viver vosso jubileu com gratidão e fidelidade! Fazei de nós vossos filhos e filhas, irmãos e irmãs de nosso Irmão Primogênito, Jesus Cristo, Amém!