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O Purgatório, a revelação da sabedoria e misericórdia de Deus

O Purgatório, a revelação da sabedoria e misericórdia de Deus

Desde seus primórdios a Igreja acredita na purificação das almas após a morte, das penas oriundas dos pecados já perdoados. Chama este estado, não lugar, de purgatório. Nele as almas devotas que morreram no amor de Deus, mas ainda não estavam totalmente libertadas de todas as inclinações desregradas e ou resquícios de pecado são lavadas no coração do Pai.

O Purgatório não é castigo, mas sim uma concessão divina, uma oportunidade de salvação mesmo após a morte, onde o Pai que não quer condenar seus filhos ao inferno, pois os ama, porém não pode receber em sua santíssima presença qualquer sinal de pecado, derrama nas almas o oceano de sua infinita misericórdia. Embora a alma sofra neste estado, alegra-se grandemente por saber de sua herança eterna no céu.

Assim ensina o Catecismo da Igreja Católica:

§1030 - "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu." E explica: §1032 – “Esta doutrina apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, de que já fala a Sagrada Escritura: ‘Por isso, [Judas Macabeu] pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas’ (2 Mac 12, 46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o Sacrifício eucarístico para que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também a esmola, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos.”

Mesmo após a confissão, pois o sacramento da reconciliação requer que o fiel repare o mal praticado, a pessoa carrega em si certa desordem interior, isto a faz cair muitas vezes nas mesmas faltas. Assim o arrependimento e a contrição encontram resistência no íntimo do ser, e então a raiz do pecado não é totalmente desfeita. No purgatório essa desordem interior é totalmente destruída e assim a alma chega à santidade perfeita. O que é importante ser entendido é que mesmo após haver recebido o perdão de Deus, nosso pecado gera conseqüências para os outros, para a Igreja e para o mundo, essas são as causas da necessidade do purgatório, almas que não merecem cair ao inferno, pois amam a Deus, mas não podem ainda comparecer ao Trono da Graça porque estão em faltas leves ou carregam em si desordens interiores.

 

Diferente do que é apresentado nos filmes e imagens sobre o purgatório, o maior sofrimento da alma, livre do corpo terreno, é de sentir fortemente atração por Deus e ainda não poder vê-lo e nem estar em sua presença, esta é a maior provação do purgatório, a vontade de estar no céu e ainda não poder desfrutar o paraíso. Portanto, não podemos nunca comparar o purgatório ao inferno. 

santa teresinha