A origem da devoção a Nossa Senhora da Paz tem suas raízes na cidade de Toledo (Espanha).
Nessa cidade, em um templo consagrado a Maria Santíssima e muito venerado pelos fiéis, a Rainha do Céu tinha visitado e agraciado santo Ildefonso diversas vezes.
Entretanto, mais tarde esse templo foi transformado pelos mouros em mesquita e profanado com os cultos e ritos de sua religião. Quando, em 1085, o rei Afonso VI tomou a cidade, viram os cristãos, com grande mágoa, que nos tratados jurados por ele o templo ficava em poder dos mouros.
Partindo Afonso VI para Castela, deixou em Toledo sua esposa, a rainha dona Constança, e o arcebispo eleito. Dom Bernardo, os quais, compartilhando o desejo ardente dos Cristãos, e levados também pelos próprios sentimentos, que julgavam uma indignidade o templo principal estar em poder dos inimigos, resolveram uma noite assaltá-lo, com pessoas armadas, e apoderar-se dele. E assim o fizeram.
Indignado por não ter sido respeitado o seu juramento, o rei dirigiu-se à cidade resolvido a castigar severamente os principais autores daquela afronta. Grande foi o contentamento dos mouros em contraste com a tristeza dos cristãos. Vendo estes que o rei já se achava às portas da cidade saíram em procissão pelas ruas, vestidos de luto e cilício e implorando clemência; outros, no templo, de joelhos, imploravam a Maria Santíssima que tocasse o coração do monarca. E eis que realmente se opera o milagre: seu coração abranda-se inteiramente.
Os mouros, que antegozavam o castigo que cairia sobre os cristãos e a vingança de sua injúria, começaram a recear que o castigo se voltasse contra eles, tirando-lhes a liberdade e tornando-lhes a vida dura e insuportável; rapidamente apresentaram-se, portanto, ao rei e, prostrados a seus pés, suplicaram-lhe que perdoasse a rainha e ao arcebispo, deixando eles o templo em poder dos cristãos.
Acedeu o rei com prazer ao pedido dos mouros, transformando sua ira em benevolência, e sua tristeza em alegria.
A procissão entrou triunfante na cidade, e, dirigindo-se ao templo da Virgem, renderam-lhe graças por haver outorgado a paz à cidade. E para que se perpetuasse, na memória das gerações vindouras, essa graça tão singular, foi instituída a festa de Nossa Senhora da Paz.
Unimo-nos também nós aos devotos de Maria sempre na frente e peçamos a paz para o Brasil e o mundo, sempre em pessoa porque Maria é Rainha da Paz para todos.
Pe. Armando