O título Nossa Senhora da Divina Providência não é novo, pois já era usado em vários santuários da Itália desde o século XII, tendo sempre por objeto quadros e afrescos representando a Virgem Santíssima com o Menino nos braços. Mas só em 1732 se inicia o movimento religioso oficialmente reconhecido pela Santa Sé, o qual se espalhou em todo o mundo, atraindo multidões.
Um contratempo deu ocasião à inauguração do quadro celebre exposto à veneração pública em Roma: em 1659 o papa Alexandre VII, da família Chigi, resolveu engrandecer a Praça Colonna e quando os clérigos de são Paulo entregaram seu convento aos demolidores, cortaram uma parte da parede na qual um artista desconhecido pintara uma imagem de Maria, milagrosa, para levá-la consigo. Mas, quando se tratou de colocá-la no lugar que lhe destinaram, o precioso afresco caiu e fez-se em mil pedaços. O arquiteto, sentindo vivamente a perda do afresco, quis indenizar os religiosos, e a grande custo adquiriu um quadro da Virgem, obra-prima de Scipione Pulzone. A pintura, que tem 54 cm de altura por 42 de largura, foi colocada no altar do oratório situado no primeiro andar do convento de São Carlos, por ser o local em que os religiosos se reuniram para os exercícios de piedade.
Descrição da imagem (pintura) que representa Nossa Senhora da Divina Providência: a Virgem Maria está revestida de uma túnica purpúrea e de um manto azul; um véu transparente lhe cobre a cabeça, recaindo elegantemente sobre os ombros; ela aperta amorosamente ao seio virginal a criança que segura nos braços e dirige suave olhar para o rosto adorável do mais belo dentre os filhos dos homens. O Menino não tem auréola, o que indica, na opinião de um cônego distinto, que ele, além de ser Filho de Deus, representa também os filhos dos homens. A mãozinha de Jesus, agarrada à mão da Virgem, indica a confiança, o abandono, a fé inquebrantável com que o coração humano deve, na hora do perigo, recorrer àquela que é o Refúgio dos atribulados.
Um dia, revolvendo com a alma cheia de amor os papéis do arquivo, descobriu o jovem Pe. Januário Maffetti um manuscrito da lavra do Pe. Palma, o qual conseguira, à custa de mil angústias, edificar o convento e a igreja de São Carlos. A cada página o Pe. Palma proclamava que Maria fora sua única Providência. A relação jazia, havia mais de um século, oculta no fundo da biblioteca. Movido por celestial inspiração, o jovem religiosos mandou tirar uma cópia do quadro original e, não achando na igreja um lugar apropriado para a pintura, suspendeu-a no corredor entre a igreja e o convento. Abaixo do quadro colocou a seguinte inscrição, ditada por seu amor: “Mater Divinae Providentiae”. Era o dia 13 de julho de 1732, sexto domingo depois de Pentecostes.
Desde então cresceu e se expandiu por toda a parte, autorizada pelos sumos pontífices, a devoção a Nossa Senhora da Divina Providência, a qual começou a ser divulgada no Brasil com a chegada dos padres barnabitas, em agosto de 1903.
Nossa Senhora da Divina Providência, rogai por nós!
Pe. Armando