Oferecemos aqui alguns pensamentos sobre o Natal.
1 – “Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém, enquanto não nascer no teu coração: terás nascido em vão” (Silesius).
2 – “Não posso temer um Deus que se fez tão pequeno por mim” (Santa Teresinha).
3 – “Como Jesus é pobre e humilde na manjedoura!” (São Francisco de Assis).
4 – “Maria soube transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns paninhos pobres e uma montanha de ternura” (Papa Francisco).
5 – “A manjedoura é o lugar onde os animais encontram alimento. Ali encontramos Aquele que é o pão descido do céu. A manjedoura é uma alusão à mesa de Deus” (Bento XVI).
6 – “Jesus se fez homem para inflamarmos em seu amor e incendiar nossos corações”(Santo Afonso de Ligório).
7 – “Jesus Menino ganhou nossos corações. A encarnação de Jesus foi um incêndio de amor” (Santo Afonso de Ligório).
8 – “O boi e o jumento, no presépio, representam incompreensões da humanidade de Deus na pobreza” (Bento XVI).
9 – “O boi e o jumento são símbolos da humildade e da paciência. Só podem espantar as moscas com sua cauda” (Bruno Forte).
10 – “Fique bem perto do presépio e escute o Menino Jesus dizer: ‘Estou aqui porque te amo. Recupere a alegria de viver” (São Francisco de Sales).
11 – “Este menino me incita ao desprezo das riquezas, dos apegos, dos enganos e me chama à humilhação” (São Francisco de Assis).
12 – “A manjedoura é um trono mais esplendoroso que o de Salomão” (São Francisco de Sales).
13 – “O Menino Jesus me ensina a abnegação dos bens, das pompas e do conforto. Ele associa ternura e austeridade, amor e rigor, brandura e aspereza” (São Francisco de Sales).
14 – “ Nunca se viu uma mãe tão pobre e tão feliz como Maria em Belém” (São Francisco de Sales).
15 – “A grande Criancinha de Belém não veio para descansar, mas para lutar, doar-se e morrer” (São Francisco de Sales).
16 – “Aproxime-se, permaneça perto do Menino Jesus, contemple-o, permita a Ele te amar” (São Francisco de Sales).
17 – “Disse o Menino Jesus a São Jerônimo: ‘neste Natal, dá-me o melhor presente; dá-me teus pecados” (São Jerônimo).
18 – “O Menino Jesus é a gramática que nos faz compreender quem é Deus e o que nós devemos ser” (Leonardo Boff).
19 – “Jesus veio do alto do céu para o lugar mais imundo da terra. Ele desce até o esterco” (Leonardo Boff).
20 – “Vale a pena ser gente, porque Jesus se fez pessoa. Eis o humanismo de Deus” (Leonardo Boff).
21 – “Diante da inocência do Menino, cale-se a corrupção e a violência, cesse a solidão, pois Deus está conosco” (Leonardo Boff).
22 – “Deus ama tanto o homem como se fosse seu deus e como não pudesse ser feliz sem ele” (São Tomás).
No menino de Belém, Deus desce até nossa situação, está nos acontecimentos, nas feridas, nas provações, na experiência de nossos pecados. Deus desce onde dois ou três estão reunidos em seu nome, como desce para erguer todos os caídos. Ele é o “Eu Sou. Eu Estou”: “Eu sou Aquele que está convosco”. Ele inclina seus ouvidos para nos ouvir, enfaixa nossas feridas, tira o pobre do lixo e o faz sentar-se entre os nobres. Ele desce até o útero onde somos gerados e nos modelo, faz a estéril ser mãe de muitos filhos. Deus desce até a matéria, se faz pão, se faz escravo e pequeno. Eis o mistério da encarnação e a espiritualidade do natal.
Para encontrar Deus precisamos aprender a descer. Há uma descida pela qual todos passamos, isto é, o envelhecimento e a morte. É preciso aprender a descer. Descer do nosso status, do nosso trono, do nosso cargo, da nossa superioridade e também descer do cavalo. Descer até o chão e até o irmão, o inimigo. Quanto mais descemos, mais nos elevamos.
Descer até nosso interior, nosso eu profundo, nossas sombras, nosso lado pobre é a maior viagem da vida. Essa viagem de descida nos enobrece, eleva, liberta, enaltece, amadurece. Descer ao nosso barro como acontece ao grão de trigo; grão que se tornará trigal. Às vezes para descer precisamos ser empurrados pela graça de Deus, para que possamos cair em nós mesmos e nos levantar recuperados. Desça sobre nós o espírito Santo para iluminar nossas descidas que nos fazem renascer, que se tornam nosso natal.
Dom Orlando Brandes