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Cristãos Leigos na Igreja e na Sociedade

Cristãos Leigos na Igreja e na Sociedade

“Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14)

Os Cristãos leigos receberam, pelo Batismo e pela Crisma, a graça de serem Igreja, e por isso, a graça de serem sal da terra e luz do mundo.  Na Igreja, a dignidade de todos está na regeneração em Cristo, portanto, todos vivem de uma só salvação, uma só esperança e uma só caridade misericordiosa. A Igreja é uma realidade formada por um todo, não segundo a carne, mas no Espírito Santo.

Sal e luz, símbolos milenares de conservação e de iluminação, do que deve permanecer, continuar e durar, possuem significados densos, precisos e preciosos para a vida, a identidade, a espiritualidade e a missão dos cristãos. Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. A missão do cristão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e dissolver.

As conclusões de Medellin (1968) consideram que “os leigos cumprirão mais cabalmente sua missão de fazer com que a Igreja “aconteça” no mundo, na tarefa humana e na história”. Puebla (1979) identifica os leigos como homens e mulheres da Igreja no coração do mundo e homens e mulheres do mundo no coração da Igreja. Santo Domingo (1992) os chama de “protagonistas da transformação da sociedade”. O documento de Aparecida (2007) pede “maior abertura de mentalidade para que entendam e acolham o ser e o fazer do leigo na Igreja, que por seu Batismo e sua Confirmação é discípulo e missionário de Jesus Cristo”.

O episcopado brasileiro publicou, em 1999, o documento Missão e Ministérios dos Cristãos Leigos e Leigas (CNBB, Doc. 62), que oferece à Igreja no Brasil discernimentos e orientações sobre o laicato na perspectiva da teologia e da organização dos ministérios na comunidade.

O Papa Francisco, em sua carta Apostólica Evangelii Gaudium, lança um vigoroso chamado para que todo o povo de Deus saia para evangelizar. Toda a Igreja é convidada a sair agora para o encontro com Cristo vivo e com os irmãos.

O Ano Santo da Misericórdia convidou a abrir as portas do coração à prática das obras da misericórdia corporais e espirituais, à renovação da opção preferencial pelos pobres, às missões populares, ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso, ao sacramento da Penitência e Reconciliação e ao perdão.

Estes desafios tocam de perto a cada um de nós. A carta a Diogneto diz: os cristãos são a alma do mundo, “Assim como a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo; os cristãos, por todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas não procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não pertencem ao mundo”.

A partir do Concílio Vaticano II, iniciou-se uma caminhada histórica de maior consciência da identidade e da missão dos cristãos leigos.

Mais um ano se inicia, peçamos a Virgem Maria, mãe da Igreja, que nos acompanhe com sua maternal proteção nessa caminhada.

Fonte: Documento nº 105 da CNBB.

Romilda Dutra da Mota Cabral

 

Sociedade de São Vicente de Paulo

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